Ordo Salutis

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12:40

A Igreja no Plano Redentivo de Deus

Postado por Harone Maestri Mattos

I – O conceito bíblico – histórico


Introdução: A história e a ação de Deus neste mundo não começa com a Igreja. Jesus nasceu no tempo exato que Deus estabeleceu, e no meio de um povo preparado por Deus. A Igreja deve proclamar esta mensagem redentiva de Deus na história.

1. Deus e a criação: De acordo com Gênesis 1.1, Deus é antes de tudo e tudo começa com Deus. Embora suficiente em si, e por si, Ele criou o homem à sua imagem e semelhança. O homem deve oferecer a Deus:

a. Adoração – que reconhece o senhorio de Deus sobre o universo;
b. Comunhão – com Deus e com os homens – harmoniosa e construtiva;
c. Domínio sobre a natureza – para a manutenção da vida.

Deus escolhe um povo: Deus chamou Abraão para ser uma bênção para toda a Terra (Gn 12.1-3). Dele nasceria o povo de Israel. Pela promessa, Deus tiraria força da sua fraqueza e abençoaria toda a humanidade caída.

Moisés é encarregado da libertação do povo do Egito e da condução pelo deserto.

Israel, depois de instalado em Canaã, fecha-se no orgulho e auto-suficiência, e deixa de ser uma bênção.

Depois do exílio punidor, um remanescente fiel espera a libertação de Deus, através do Messias.

Deste povo fraco, Deus levanta o Messias para cumprir suas promessas.

2. A vinda do Messias: Jesus apresentou em Nazaré seu programa messiânico profetizado em Isaías 61.1,2. E aos discípulos de João Batista, Ele apresentou os sinais do reino messiânico. (Lc 7.21,22).

O Messias de Deus vem libertar os escravos do diabo.

Ao contrário dos messias políticos da expectativa popular, Jesus ofereceu o "pão do céu" e a "água da vida".

Ele oferece aos homens a oportunidade para que ingressem no "novo tempo", em que Deus é Senhor.

Sua estratégia consiste em escolher doze homens como semente da comunidade messiânica, onde Cristo ocupa o lugar principal, ou central.

Foram transformados em "pescadores de homens" para a obediência ao pai, pelo treinamento, e enviados a pregar e a expelir demônios (Mc 3.14,15).

Depois de consumar a obra redentora na cruz e ser exaltado na ressurreição, ordenou que ensinassem todas as coisas que Ele lhes ensinara.

3. Igreja – Nova comunidade de promessa: Jesus chama sua Igreja para uma mudança radical de vida.

Ele é o iniciador da nova comunidade da Salvação, herdeira das promessas de Deus.

A Igreja não é um grupo étnico, como o povo de Israel. Ela é o "remanescente fiel", a "família de Deus", o "novo Israel".

As bênçãos prometidas aos homens, em Abraão, cumprem-se nos que crêem em Jesus Cristo.

Aplicação: A Igreja, basicamente, significa "assembléia", "congregação", "ajuntamento".

A Igreja de Cristo é a congregação das pessoas chamadas por Deus, no Espírito, e o termo "Igreja" não deve ser confundido com o templo ou os seus dirigentes. Cada um de nós foi chamado para fazer parte dela. A história da atividade redentora de Deus continua pelo Espírito Santo, através da comunidade da nova aliança, a Igreja.


II. A Igreja, o corpo vivo de Cristo

Introdução: O Novo Testamento usa mais de cento e vinte figuras diferentes para descrever a natureza da Igreja. Quase todas enfatizam o aspecto de coletividade ou comunidade.


1. Descrição da comunidade cristã

A Igreja é uma casa espiritual e os crentes são pedras vivas (I Pe 2.5). Cada cidadão de Esparta era um tijolo de suas muralhas. O valor de um tijolo está no seu uso como parte de um edifício.

Jesus chama sua Igreja de rebanho (João 10). Ovelha é um animal gregário e indefeso. Ele é o bom pastor, cabeça da Igreja. A finalidade da salvação é ser achado pelo único pastor e reunido ao único rebanho. Fazer parte desse rebanho que dizer vitória sobre a solidão e a desorientação.

Povo é a figura apostólica equivalente a rebanho. A Igreja é uma grandeza puramente religiosa que ignora diferenças raciais, sociais ou de sexo, cuja unidade se expressa na Ceia do Senhor.

A videira enfatiza a necessidade de a Igreja estar em Cristo para cumprir uma missão no mundo (Jo 15). Permanecer nEle equivale a guardar os mandamentos do Senhor e dar frutos.

O Corpo de Cristo é a figura mais forte, empregada por Paulo. Significa organismo, não organização ou instituição; não é mera sociedade de homens. (Rm 12.5; I Co 10.26).


2. Características do corpo de Cristo

Unidade (1 Co 12.12) – As atividades da Igreja não cabem a membros isolados, mas a todos, a cada um cumprindo o seu papel, o seu Dom. E Cristo é a cabeça do corpo; dEle procedem todas as instruções. Você entrou no Corpo de Cristo no momento da salvação, pela ação do Espírito Santo (1 Co 12.13). A unidade se baseia na humildade, conforme o exemplo de Jesus (Fp 2.2-8), e a marca de nossa unidade é o amor. (Jo 13.14). Você realmente ama como Cristo amou, ou vive protegendo seu ego?

Diversidade (1 Co 12.14) – Cada um membro do Corpo recebeu Dom ou dons de Deus (1 Pe 4.10; 1 Co 12.11-18). Cada Dom (ou tarefa) recebido de Deus visa suprir as necessidades e finalidades do corpo. Os membros têm tarefas diferentes. Embora um só Corpo, cada um coopera nele de maneira funcional. Se você não estiver usando o seu Dom, saiba que alguém estará sendo privado das bênçãos de Deus. Mas, atenção: há dois inimigos da diversidade à a inferioridade e a superioridade.

Mutualidade (1 Co 12.26) – Enfatiza a interdependência e a harmonia dos diferentes membros do único corpo. O Novo Testamento expressa a importância da mutualidade através das expressões "uns aos outros" ou "mutuamente".

a. Jo 15.12 à Amando uns aos outros
b. Ef 4.2 à Suportando-vos uns aos outros
c. Gl 5.13 à Servindo uns aos outros
d. Cl 3.16 à Ensinando uns aos outros
e. 2 Co 1.4 à Confortando uns aos outros
f. Tg 5.13 à Orando uns pelos outros
g. Rm 15.15 à Exortando uns aos outros
h. 1 Pe 4.10 à Completando-nos mutuamente
i. 1 Jo 1.3 à Mantendo comunhão uns com os outros
j. Gl 6.1,2; 2 Co 2.7,11 à Restaurando uns aos outros
k. Ef 5.1; 1 Pe 5.5 à Sujeitando-vos uns aos outros
l. Ef 4.29; 1 Ts 5.11 à Edificando-vos uns aos outros
m. Ef 4.32 à Perdoando-vos uns aos outros
n. Ef 5.19 à Falando entre vós
o. Rm 12.10 à Preferindo-vos uns aos outros
p. Fp 2.2,4 à Considerando-vos uns aos outros
q. Rm 15.7 à Acolhendo-vos uns aos outros
r. Rm 15.26; 2 Co 9.3,7,13 à Doando-vos uns aos outros
s. Rm 16.16; 2 Co 13.12 à Saudando-vos uns aos outros
t. 2 Co 1.7; 1 Co 12.25 à Sofrendo uns com os outros
u. Tg 4.11 à Não falando mal uns dos outros
v. Tg 5.9 à Não vos queixando uns dos outros
w. 1 Pe 4.9; Rm 12.13 à Sendo mutuamente hospitaleiros
x. 1 Ts 5.13 à Vivendo em paz com os outros
y. Ef 4.12; 2 Co 13.11 à Aperfeiçoando-vos uns aos outros


Nenhum cristão poderá alcançar maturidade vivendo isolado da comunhão com os outros crentes.

Para sermos corpo saudável, precisamos estar ligados a Cristo, o cabeça, e uns aos outros, em serviço humilde. Assim sendo, o mundo crerá que Jesus é real – pelo nosso amor.


3. Instrumentos na comunhão do Corpo

Oração (Mt 18.19,20) – Na oração, os crente se sentem unidos na petição e expectativa: pedindo, buscando e batendo, até encontrar a harmonia Cristocêntrica. 1 Jo 3.22; 5.14

Adoração (1 Pe 2.5) – Em que todos os crente participam como sacerdotes. O sacerdote é um homem que tem acesso direto a Deus, e tem a tarefa de levar outros a Deus. O crente oferece a sua própria vida como oferta ao Senhor (Rm 12.1), e cresce em comunhão.

Disciplina (Hb 12.5-11) – Como pode a disciplina produzir comunhão? Porque é a certeza do amor e produz segurança. Deve ser motivada pelo interesse sincero de restauração ou cura do irmão momentaneamente em dificuldades. Como sabemos que a Igreja é um Corpo, e a saúde de cada membro é indispensável à saúde do corpo, a disciplina é um remédio (para os doentes ou enfraquecidos). Jó 5.17; Pv 3.11

Aplicação: Como você está no Corpo de Cristo? Está consciente de que à sua vocação corresponde uma grande missão? Tenha isso como um privilégio.


III – A Igreja peregrina – No mundo, mas não do mundo

Introdução: Na sua oração sacerdotal, o Senhor Jesus Cristo disse: Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os envio ao mundo (Jo 17.18). A Igreja já não faz parte do mundo rebelado, mas deve viver no mundo. Seu estilo de vida deve ser compatível com sua vocação.

1. Jesus, o Mestre peregrino: O Senhor Jesus foi peregrino no nascimento e ministério (Lc 2.1-7; Mt 9.35). Andou pelas aldeias ao encontro das pessoas, tendo como púlpito um morro ou barquinho. Ensinou a vida por fé e procurou ter contato com os mais diversos grupos de pessoas.

2. A Igreja peregrina – o Novo Testamento: Jesus ressurrecto deu a missão de testemunhar aos discípulos (At 1.8).

• O sucesso quantitativo e qualitativo do Evangelho de Jerusalém era notório (At 2-7). Sua conseqüência negativa foi a acomodação da Igreja na cidade dos judeus.
• Depois do martírio de Estêvão, os cristãos foram dispersos por toda a parte pregando a Palavra de Deus (At 8.4). Filipe evangelizou os samaritanos, e o Espírito Santo foi derramado sobre eles; Pedro e João testemunharam isso.
• Em Antioquia, a Igreja não se acomodou: enviou ajuda aos irmãos em Jerusalém (At 11.27-30) e enviou Barnabé e Saulo, como missionários, peregrinando pela Ásia Menor (At 13.1-3). Eles foram de cidade em cidade, na Ásia e na Europa.

3. As marcas da peregrinação: Fomos escolhidos por Deus para sermos cidadãos do Reino de Deus e seus embaixadores neste mundo rebelado. As conseqüências da cidadania celestial são:

• Santidade cristã: pertencer a Deus e obedecer a ele em tudo;
• Perseguição: por parte do mundo que não conhece a Cristo;
• Estratégia cristã: seguir os passos de Jesus no mundo (1 Pe 2.21).

Aplicação: Você é um peregrino. A Igreja local é seu quartel. Que tipo de santidade é a sua ou a de sua congregação? O nosso amor em Jesus Cristo se mostra nas coisas concretas que fazemos neste mundo (1 Pe 2.21).



IV – A Missão da Igreja – Ser Cristo para o Mundo

Introdução: Presença, persuasão e proclamação: Assim como o Pai me enviou, eu vos envio (João 20.21). Não somos salvadores, mas podemos servir, como o Senhor Jesus serviu (Lc 22.27).

1. Cristo, o modelo: O ministério de Cristo teve três aspectos: ensinar, proclamar e curar (Mt 9.35). Proclamar é conclamar o ouvinte a uma decisão e ensinar refere-se ao decidido.

• Ensinar: O cristão deve viver em submissão e obediência ao Pai. O Senhor Jesus muito falou sobre o reino de Deus – a soberania de Deus. A igreja deve ensinar aos discípulos a guardar tudo quanto o Senhor mandou (Mt 28.18-20).

• Proclamar: A mensagem de Jesus conclamou os homens a se decidirem, a tomarem uma posição diante dEle, em arrependimento e fé. É uma decisão para toda a vida. O Senhor Jesus exige uma tomada de posição absoluta diante dEle, para guardar tudo quanto Ele tem mandado.
• Curar: O Senhor Jesus procurou resolver as necessidades dos homens do seu tempo, demonstrando interesse pelo homem inteiro. É impossível separar, no seu ministério, suas obras de suas palavras.

2. A Igreja, a seguidora: O corpo de Cristo, a Igreja, precisa: proclamar o Evangelho, ensinar aos que vêm a Cristo, integrá-los no corpo, cuidar de suas necessidades. Semelhante a Jesus, a Igreja precisa tomar a forma de servo (Fp 2.5-8).

Proclamar o Evangelho a quem não nasceu de novo.

O ensino deve concentrar-se na pessoa de Cristo e nos mandamentos do reino.

O serviço cristão deve ser motivado pelo amor e compaixão do Senhor Jesus.

Paulo declara que precisava completar o que faltava do sofrimento deCristo (Cl 1.24). "Quem não está pronto para sofrer (morrer) pela sua fé não está pronto para viver por ela."

3. As fronteiras da missão: O corpo de Cristo, hoje, está presente em quase todos os países do mundo. É preciso que todos conheçam o Evangelho.


V – A Igreja, Comunidade Discipuladora

Introdução: Sem fazer novos discípulos (de Cristo), a Igreja não subsiste na história. Em Mateus 28.19,20 e em Lucas 14.25-33, o Senhor Jesus ordena fazer discípulos, e diz quem pode e não pode ser.

1. O que é um discípulo?

Seguidor: "vier após mim". Todo seguidor ou acompanhante é discípulo? (Lucas 14.25). Em João 6.60-66, muitos acompanhantes o abandonaram.

Aluno ou estudante: Mas não devem ser teóricos da religião. Mas nem todo aluno é discípulo. (Mt 4.16,17; 1 Co 13.2; Tg 3.13,18).

Aprendiz: aquele que imita seu mestre na vida prática. Somente o que sabe fazer pode ensinar a outro, pela demonstração. (Mc 13.15-15).

2. Quem é discípulo de Cristo?

De acordo com os Evangelhos, são homens humildes, que reconhecem suas limitações, e desejam aprender (Lc 5.1-11 e João 13.16).

De acordo com os requisitos de Jesus, devem Ter: amor (Jo 13.35); fruto do Espírito (Jo 15.8); permanência em Cristo (Jo 8.31); e não olhar para trás (Lc 9.62).

3. O que é discipular?

Seguindo o exemplo de Jesus: seleção (Lc 6.12); convivência (Jo 15.27); instrução (Mt 11.1); demonstração (Jo 13.15; 1 Pe 2.21); supervisão, reprodução e delegação (Mt 19 e Lc 12).

Discipulado feito pelos discípulos (At 2.40-47): Exemplos de Paulo, Barnabé, João Marcos, Timóteo e outros companheiros (At 20.4; 2 Tm 2.1,2).

Você e o discipulado: fazer discípulo é função de todo discípulo habilitado. Não há regras infalíveis; somente princípios:

• Obediência à voz de Jesus e atenção à voz de Deus;
• Abertura e disponibilidade às pessoas;
• Começar do ponto onde estiver a pessoa e respeitar seu ritmo de crescimento;
• Dosar os encontros conforme suas necessidades e disponibilidades;
• Autenticidade no seu relacionamento e nas atividades cristãs;
• Você mesmo deve estar sujeito à autoridade do Corpo de Cristo.

4. O papel da Igreja no discipulado

Saber que a ordem foi dada por Jesus;

Os ministérios específicos "equipam" os cristãos mais maduros para serem modelos de fé para os novos discípulos, para que ambos lutem juntos pela fé, e cresçam juntos.

A qualidade do discipulado será condicionada pela qualidade de vida e obediência da comunidade.

O amor é o único clima que permitirá a cada discípulo exercer sua função no Corpo. Impedirá a formação de subgrupos de interesses que escandalizam e marginalizam os novos discípulos.

Uma comunidade que discipula desperta aos discípulos o "espírito de batalha" e é renovada pela liberdade que o Espírito Santo lhe traz.



Conclusão: Você está desafiado a participar da vida e da história do Reino de Deus. Você está empenhado em contribuir para a saúde do Corpo, amando, trabalhando e aconselhando? Você está integrando novos discípulos, sendo um exemplo de fé?

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