Ordo Salutis

Venceu Nosso Cordeiro Vamos Segui-LO


15:39

Credos

Postado por Harone Maestri Mattos

Ordo Salutis


"Levando cativo todo o pensamento à Palavra de Deus". (2 Coríntios 10:5)



Introdução:

A ordo salutis é o entendimento padrão Reformado de como Deus aplica a redenção em Seu povo. Quando se diz que uma pessoa particular foi ou é "salva", o termo é freqüentemente usado sem a profundidade da Escritura ou sem uma apreciação da graça de Deus. A Bíblia é muito clara de que os crentes são salvos pela graça, e estas doutrinas especificam os modos nos quais esta graça é manifesta em e através do crente. A Escritura define vários diferentes aspectos ou passos da salvação de uma pessoa, desde o primeiro ouvir do Evangelho até o caminho para a eternidade no céu. Cada um desses aspectos se coincide, visto que todos eles são partes da salvação de uma pessoa, mas eles também mantêm suas características distintivas nas Escrituras e no plano redentor. Deus aplica esta redenção no tempo àqueles que Ele escolheu desde toda a eternidade.


Chamado do Evangelho:

O Pai determinou que o caminho normativo de salvação deveria ser através de Sua Palavra. A Bíblia coloca uma ênfase muito grande sobre a leitura e pregação de Sua Palavra, assim como sobre a transmissão deste Evangelho a todas pessoas. Este chamado geral do Evangelho, contém a supremacia de Deus, Sua ira contra o pecado, e a promessa de salvação através de Seu Filho, exorta o homem caído a se arrepender de seus pecados e crer na redenção de Cristo Jesus.

(veja Isaías 55.7, Mateus 28.19-20, Romanos 10.14,17, 2 Timóteo 1.9-10, 3.15; CFW 10)


Regeneração:

O chamado geral do Evangelho é feito eficaz quando o Espírito Santo faz com que a Palavra de Deus seja entendida, apreciada e crida no coração de um indivíduo. Por causa da natureza caída e pecaminosa do homem, ele está em inimizade contra Deus e recusa reconhecer a veracidade do Evangelho. Deus envia Seu Espírito aos Seus eleitos para mudar esta rebelião espiritual, regenerando, renovando e transformando a condição interna de depravado para uma de amor pelo Senhor. Na realidade, estes corações e naturezas foram nascidos de novo, e seus olhos e ouvidos foram abertos para ver as gloriosas verdades da salvação de Deus.

(veja Ezequiel 36.26-27, Mateus 16.17, 1 Coríntios 2.12-14, 2 Coríntios 3.3,6, 2 Tesssalonicenses .2.13-14, Tito 3.5; CFW 3.6, 10)


Conversão:

O coração regenerado que ouve o Evangelho é confrontado com a culpa de sua condição pecaminosa e a certeza de um justo julgamento contra ele. Desesperando-se por causa de seu estado, ele vê sua única esperança de escape através de Cristo e tanto confia na promessa de salvação como também se arrepende de seus pecados. Pela fé, ele reconhece a si mesmo como um pecador necessitado da graça, e implora a Deus por Seu poder e amor para salvá-lo através do sangue e da justiça de Cristo. Através do arrependimento, ele odeia sua pecaminosidade e se volta para Deus como a única fonte de justiça e bondade, esforçando-se para viver obedientemente para Ele. Aqueles que se arrependem e crêem são convertidos de seguidores de Satanás para seguidores de Deus.

(veja Isaías 55.11, Oséias 14.2,4, Atos 17.30-31, 20.21, Romanos 1.17, Efésios. 1.17-18, 2.8: CFW 14, 15)


Justificação:

A promessa no Evangelho é que aqueles que confiam no Senhor serão salvos. O perdão para os pecados do povo de Deus, e a justiça que permite ao pecador estar na presença de um Deus santo, vêm da perfeita obediência e do sacrifício expiatório de Cristo. Como um substituto para o eleito, duas coisas acontecem:

1. Cristo obtém sua salvação e o seu estar diante de Deus, por cumprir a lei de Deus e o pacto no lugar dele, e

2. Ele carrega o castigo pelos seus pecados. Como Cristo cumpriu esta tarefa, Deus promete que aqueles que confiam nEle terão a justiça de Cristo imputada (ou dada) a eles, assim como os seus pecados serão imputados a Cristo.

Assim, como um santo Juiz, Deus legalmente declara que o Seu povo é “justo”, ou “sem culpa”. O pecador é justificado diante do Senhor quando, em fé, Ele descansa não sobre sua própria bondade e/ou boas obras (as quais ele não tem nenhuma), mas sobre a magnificente obra do Filho de Deus.

(veja Jeremias 23.6, Romanos 3.24-26, 4.5-8, 5.17-19, Gálatas 2.16; CFW 11)


Adoção:

A graça de Deus converte pecadores de servos de Satanás em servos de Cristo, todavia, Deus promete mais do que isso. Ele manifesta Seu amor paternal para com os pecadores perdidos, adotando-os como Seus próprios filhos. Através da adoção, Ele lhes dá todos os direitos, privilégios e proteção, como pertencendo a Sua família e tendo Seu nome. Eles se tornam filhos e filhos adotivos do Pai, e irmãos, irmãs, e co-herdeiros com Cristo.

(veja Salmos 103.13, João 1.12, Romanos 8.15-17, Gálatas 4.5-7, Efésios 1.5; CFW 12)


Santificação:

O próximo passo neste processo de salvação é a obra purificadora do Espírito Santo no andar diário do crente. Não somente os eleitos são apresentados como inocentes através da imputação da justiça de Cristo, mas eles também se desenvolvem espiritualmente na justiça pela Palavra e pelo Espírito. Como o Espírito habita o crente, Ele opera neles o crescer na graça e no conhecimento, e produz neles fruto e boas obras espirituais. Os crentes são especialmente santificados quando envolvidos numa igreja onde a Bíblia é ensinada e os sacramentos são ministrados. Embora ninguém possa se tornar perfeito nesta vida, e embora esta santificação pode ser uma obra muito longa e demorada, os eleitos são fortalecidos eficazmente para que eles perseverem na santidade.

(veja 2 Coríntios 7.1, Efésios 2.10, 5.26, 2 Tessalonicenses 2.13, Hebreus 13.20-21; CFW 13, 16)


Glorificação:

Quando um crente morre, seu espiríto vai para a presença de Deus enquanto Ele espera pela ressurreição e redenção do sua alma e seu corpo físico, e ali é confortado e contempla a glória de Deus. A realização final da salvação acontecerá quando Cristo retornar, reunir Seu povo, e glorificá-los junto dEle. Quando a Nova Jerusalém for estabelecida, que é comumente uma referência ao céu, a Bíblia promete que a maldição do pecado não mais existirá e que os eleitos habitarão no céu com o Senhor eternamente, em perfeita paz, amor e alegria.


(veja Eclesiastes 12.7, João 5.28-29, Atos 24.15, Romanos 8.30, 1 Coríntios 15, 2 Coríntios 5.1,6,8, Filipenses 1.23; CFW 32, 33

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------




As Cinco Solas:




  • SOLA SCRIPTURA
  • SOLUS CHRISTUS
  • SOLA GRATIA
  • SOLA FIDE
  • SOLI DEO GLORIA


SOLA SCRIPTURA: A Erosão da Autoridade

Só a Escritura é a regra inerrante da vida da igreja, mas a igreja evangélica atual fez separação entre a Escritura e sua função oficial. Na prática, a igreja é guiada, por vezes demais, pela cultura. Técnicas terapêuticas, estratégias de marketing, e o ritmo do mundo de entretenimento muitas vezes tem mais voz naquilo que a igreja quer, em como funciona, e no que oferece, do que a Palavra de Deus. Os pastores negligenciam a supervisão do culto, que lhes compete, inclusive o conteúdo doutrinário da música. À medida que a autoridade bíblica foi abandonada na prática, que suas verdades se enfraqueceram na consciência cristã, e que suas doutrinas perderam sua proeminência, a igreja foi cada vez mais esvaziada de sua integridade, autoridade moral e discernimento.
Em lugar de adaptar a fé cristã para satisfazer as necessidades sentidas dos consumidores, devemos proclamar a Lei como medida única da justiça verdadeira, e o evangelho como a única proclamação da verdade salvadora. A verdade bíblica é indispensável para a compreensão, o desvelo e a disciplina da igreja.
A Escritura deve nos levar além de nossas necessidades percebidas para nossas necessidades reais, e libertar-nos do hábito de nos enxergar por meio das imagens sedutoras, clichês, promessas e prioridades da cultura massificada. É só à luz da verdade de Deus que nós nos entendemos corretamente e abrimos os olhos para a provisão de Deus para a nossa sociedade. A Bíblia, portanto, precisa ser ensinada e pregada na igreja. Os sermões precisam ser exposições da Bíblia e de seus ensino, não a expressão de opinião ou de idéias da época. Não devemos aceitar menos do que aquilo que Deus nos tem dado.
A obra do Espírito Santo na experiência pessoal não pode ser desvinculada da Escritura. O Espírito não fala em formas que independem da Escritura. À parte da Escritura nunca teríamos conhecido a graça de Deus em Cristo. A Palavra bíblica, e não a experiência espiritual, é o teste da verdade.
Tese 1: Sola Scriptura
Reafirmamos a Escritura inerrante como fonte única de revelação divina escrita, única para constranger a consciência. A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado.
Negamos que qualquer credo, concílio ou indivíduo possa constranger a consciência de um crente, que o Espírito Santo fale independentemente de, ou contrariando, o que está exposto na Bíblia, ou que a experiência pessoal possa ser veículo de revelação.


SOLO CHRISTUS: A Erosão da Fé Centrada em Cristo

À medida que a fé evangélica se secularizou, seus interesses se confundiram com os da cultura. O resultado é uma perda de valores absolutos, um individualismo permissivo, a substituição da santidade pela integridade, do arrependimento pela recuperação, da verdade pela intuição, da fé pelo sentimento, da providência pelo acaso e da esperança duradoura pela gratificação imediata. Cristo e sua cruz se deslocaram do centro de nossa visão.
Tese 2: Solus Christus
Reafirmamos que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.
Negamos que o evangelho esteja sendo pregado se a obra substitutiva de Cristo não estiver sendo declarada e a fé em Cristo e sua obra não estiver sendo invocada.


SOLA GRATIA: A Erosão do Evangelho

A Confiança desmerecida na capacidade humana é um produto da natureza humana decaída. Esta falsa confiança enche hoje o mundo evangélico – desde o evangelho da auto-estima até o evangelho da saúde e da prosperidade, desde aqueles que já transformaram o evangelho num produto vendável e os pecadores em consumidores e aqueles que tratam a fé cristã como verdadeira simplesmente porque funciona. Isso faz calar a doutrina da justificação, a despeito dos compromissos oficiais de nossas igrejas.
A graça de Deus em Cristo não só é necessária como é a única causa eficaz da salvação. Confessamos que os seres humanos nascem espiritualmente mortos e nem mesmo são capazes de cooperar com a graça regeneradora.
Tese 3: Sola Gratia
Reafirmamos que na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.
Negamos que a salvação seja em qualquer sentido obra humana. Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por si só não podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pela nossa natureza não-regenerada.


SOLA FIDE: A Erosão do Artigo Primordial

A justificação é somente pela graça, somente por intermédio da fé, somente por causa de Cristo. Este é o artigo pelo qual a igreja se sustenta ou cai. É um artigo muitas vezes ignorado, distorcido, ou por vezes até negado por líderes, estudiosos e pastores que professam ser evangélicos. Embora a natureza humana decaída sempre tenha recuado de professar sua necessidade da justiça imputada de Cristo, a modernidade alimenta as chamas desse descontentamento com o Evangelho bíblico. Já permitimos que esse descontentamento dite a natureza de nosso ministério e o conteúdo de nossa pregação.
Muitas pessoas ligadas ao movimento do crescimento da igreja acreditam que um entendimento sociológico daqueles que vêm assistir aos cultos é tão importante para o êxito do evangelho como o é a verdade bíblica proclamada. Como resultado, as convicções teológicas freqüentemente desaparecem, divorciadas do trabalho do ministério. A orientação publicitária de marketing em muitas igrejas leva isso mais adiante, apegando a distinção entre a Palavra bíblica e o mundo, roubando da cruz de Cristo a sua ofensa e reduzindo a fé cristã aos princípios e métodos que oferecem sucesso às empresas seculares.
Embora possam crer na teologia da cruz, esses movimentos a verdade estão esvaziando-a de seu conteúdo. Não existe evangelho a não ser o da substituição de Cristo em nosso lugar, pela qual Deus lhe imputou o nosso pecado e nos imputou a sua justiça. Por ele Ter levado sobre si a punição de nossa culpa, nós agora andamos na sua graça como aqueles que são para sempre perdoados, aceitos e adotados como filhos de Deus. Não há base para nossa aceitação diante de Deus a não ser na obra salvífica de Cristo; a base não é nosso patriotismo, devoção à igreja, ou probidade moral. O evangelho declara o que Deus fez por nós em Cristo. Não é sobre o que nós podemos fazer para alcançar Deus.
Tese 4: Sola Fide
Reafirmamos que a justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente por causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus.
Negamos que a justificação se baseie em qualquer mérito que em nós possa ser achado, ou com base numa infusão da justiça de Cristo em nós; ou que uma instituição que reivindique ser igreja mas negue ou condene sola fide possa ser reconhecida como igreja legítima.


SOLI DEO GLORIA: A Erosão do Culto Centrado em Deus

Onde quer que, na igreja, se tenha perdido a autoridade da Bíblia, onde Cristo tenha sido colocado de lado, o evangelho tenha sido distorcido ou a fé pervertida, sempre foi por uma mesma razão. Nossos interesses substituíram os de Deus e nós estamos fazendo o trabalho dele a nosso modo. A perda da centralidade de Deus na vida da igreja de hoje é comum e lamentável. É essa perda que nos permite transformar o culto em entretenimento, a pregação do evangelho em marketing, o crer em técnica, o ser bom em sentir-nos bem e a fidelidade em ser bem-sucedido. Como resultado, Deus, Cristo e a Bíblia vêm significando muito pouco para nós e têm um peso irrelevante sobre nós.
Deus não existe para satisfazer as ambições humanas, os desejos, os apetites de consumo, ou nossos interesses espirituais particulares. Precisamos nos focalizar em Deus em nossa adoração, e não em satisfazer nossas próprias necessidades. Deus é soberano no culto, não nós. Nossa preocupação precisa estar no reino de Deus, não em nossos próprios impérios, popularidade ou êxito.
Tese 5: Soli Deo Gloria
Reafirmamos que, como a salvação é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente.
Negamos que possamos apropriadamente glorificar a Deus se nosso culto for confundido com entretenimento, se negligenciarmos ou a Lei ou o Evangelho em nossa pregação, ou se permitirmos que o afeiçoamento próprio, a auto-estima e a auto-realização se tornem opções alternativas ao evangelho.


-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


O Credo Apostólico


ORIGEM:

O Credo Apostólico, o mais conhecido dos credos, é atribuído pela tradição aos doze apóstolos.[1] Mas os estudiosos acreditam que ele se desenvolveu a partir de pequenas confissões batismais empregadas nas igrejas dos primeiros séculos. Embora os seus artigos sejam de origem bem antiga, acredita-se atualmente que o credo apostólico só alcançou sua forma definitiva por volta do sexto século,[2] quando são encontrados registros do seu emprego na liturgia oficial da igreja ocidental. De um modo ou de outro, parece evidente sua conexão com outros credos antigos menores; como os seguintes:

Creio em Deus Pai Todo-poderoso, e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor. E no Espírito Santo, na santa Igreja, na ressurreição da carne.

Creio em Deus Pai Todo-poderoso. E em Jesus Cristo seu único Filho nosso Senhor, que nasceu do Espírito Santo e da virgem Maria; concebido sob o poder de Pôncio Pilatos e sepultado; ressuscitou ao terceiro dia; subiu ao céu e está sentado à mão direita do Pai, de onde há de vir julgar os vivos e os mortos. E no Espírito Santo; na santa Igreja; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo.[3]

O Credo Apostólico, assim como os Dez Mandamentos e a Oração Dominical, foi anexado, pela Assembléia de Westminster, ao Catecismo. “Não como se houvesse sido composto pelos apóstolos, ou porque deva ser considerado Escritura canônica, mas por ser um breve resumo da fé cristã, por estar de acordo com a palavra de Deus, e por ser aceito desde a antigüidade pelas igrejas de Cristo.”[4]

O CREDO:

Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.