Apresentação
Arthur Walkington Pink (1886-1952) nasceu na Grã-Bretanha e imigrou para os Estados Unidos para estudar no Instituto Bíblico Moody. Pastoreou igrejas no Colorado, na Califórnia, no Kentucky, e na Carolina do Sul, antes de se tornar um professor itinerante da Bíblia em 1919. Ele retornou à sua terra natal em 1934, estabelecendo residência na Ilha de Lewis, na Escócia, em 1940, permanecendo lá até sua morte em 1952.
Muitos de seus trabalhos originalmente apareceram como artigos em "Estudos nas Escrituras" (Studies in Scriptures), uma revista mensal que lidava estritamente com a exposição bíblica. A revista nunca teve mais que 1.000 assinantes, mas Pink descobriu que a maioria deles eram ministros, com seus próprios rebanhos, e que passavam o que haviam aprendido da exposição de Pink em seu pastorado, dando-lhe um grande efeito de cascata. Ele apreciou este pensamento.
Superficialmente o ministério de Pink e seus escritos não pareceram ser de muito efeito, pois, Pink foi virtualmente desconhecido e certamente desconsiderado em seus dias, contudo agora que já faleceu, é muito mais amplamente conhecido e lido que quando estava entre nós.
O estudo independente da Bíblia o convenceu que muito do moderno evangelismo era defeituoso e incorreto. Quando os livros puritanos e reformados foram geralmente escarnecidos como um todo pela Igreja, ele desenvolveu a maioria de seus princípios com um zelo incansável. O progressivo declínio espiritual de sua própria nação (a Grã-Bretanha) foi, para ele, uma conseqüência inevitável do predomínio de um "evangelho" que não podia nem ferir (com a convicção do pecado) nem curar (através da regeneração).
Profundo conhecedor de toda a extensão da revelação, o Pr. Pink raramente se desviou dos grandes temas das Escrituras: a graça, a justificação, e a santificação. Nossa geração tem para com ele um grande débito pela duradoura luz que irradiou, pela graça de Deus, sobre a Verdade da Bíblia Sagrada.
Biografia
Nascido em 1° de Abril de 1886, em Nottingham (Inglaterra), Arthur Walkington Pink abandonou o teosofismo de Annie Besant em 1908, quando experimentou a conversão ao evangelho. Em 1910 aceitou o chamado para trabalhar como pregador num campo de minas em Silverton (Colorado, USA).
Chegou a pregar mais de 300 vezes ao ano. Mais tarde viajou para Austrália, onde suas pregações foram muito bem recebidas. [1] Ali pastoreou uma igreja Batista até que em 1928 regressou à sua terra natal, onde, devido à perseguição que sofreu por causa da sua fidelidade às Escrituras, se viu obrigado a se dedicar à escrita e ao aconselhamento de crentes por correspondência, sendo que em 1946 já havia escrito 20.000 cartas à mão. [2]
Leitor incansável que era, em 1932 já havia lido toda a Bíblia mais de 50 vezes e milhares de livros teológicos, especialmente de autores reformados e puritanos.
Pink é o que todo bom leitor de teologia procura: erudição misturada com piedade. Os seus comentários são inspiradores, não somente demonstrando a reverência do autor para com Deus e a Escritura, mas também incitando o leitor ao mesmo. A sua maneira cativante de descrever as verdades divinas, a sua capacidade extraordinária de expor as mais difíceis passagens, e o seu rico e belo linguajar dificilmente encontram paralelo em toda a história do Cristianismo.
Apesar de Charles H. Spurgeon ser muito mais conhecido e lido do que Pink — principalmente aqui no Brasil —, é impossível que um apreciador de Spurgeon não fique encantado com Pink: não somente a teologia deles é a mesma (batistas calvinitas!), mas o próprio estilo é muito parecido. Além do mais, os livros de Pink são recheados com diversas citações do grande Príncipe dos Pregadores.
Um outro fator impressionante em Pink é a sua humildade e o seu compromisso inegociável com a verdade. Assim como Agostinho, ele veio a rejeitar várias das suas doutrinas e crenças anteriores, após um estudo mais cuidadoso do tema à luz das Escrituras. Entre as crenças abandonadas por Pink podemos citar o pré-milenismo e o dispensacionalismo, para não citar a sua mudança de uma Igreja Congregacional para uma Batista.
Numa carta ele chega a dizer que não recomendaria o seu livro “The Antichrist” [O Anticristo] para ninguém; além disso, ele escreveu mais tarde um livro combatendo o dispensacionalismo (A Study of Dispensationalism), o qual, como já dito, foi anteriormente defendido por ele. [3] Com certeza não teríamos tantas heresias em nosso meio se os pastores, líderes e membros em geral das igrejas tivessem a humildade de Pink para reconhecerem os seus erros.
Falecido em 15 de Julho de 1952, Pink ainda nos fala hoje, tanto através do seu caráter e postura, como ainda mais através dos seus preciosos escritos. É a nossa sincera oração que os seus escritos sejam traduzidos e amplamente divulgados no Brasil, para a glória de Deus e o crescimento espiritual do seu povo.
Notas
[1] - Na verdade Pink teve dois tipos de recepção na Austrália, uma hostil e outra amigável (ver capítulo 06 de “The Life of Arthur W. Pink” [versão revisada e ampliada], de Iain Murray).
[2] - Aqui vemos o mistério da providência, onde o isolamento relativo de Pink lhe deu a oportunidade de escrever incansavelmente, deixando-nos um acervo inestimável de livros. Um bom exemplo é o seu comentário sobre Hebreus, um dos melhores disponíveis sobre o livro, que possui 127 capítulos, perfazendo mais de 1.000 páginas de cuidadosa exegese e exposição bíblica.
[3] - Contudo, segundo Iain Murray, em “The Life of Arthur W. Pink” (versão revisada e ampliada), página 297, Pink nunca se desvencilhou completamente do dispensacionalismo, de forma que esse sistema influenciou seu pensamento sobre a igreja, considerando assim as igrejas cristãs em geral como estando em estado de apostasia, de tal modo que nunca procurou levar uma vida de membresia regular.
Algumas frases de A. W. Pink
“A tendência da moderna teologia — se se pode chamá-la de teologia — é sempre rumo à deificação da criatura ao invés da glorificação do Criador”.
“Não perguntamos: ‘Cristo é seu Salvador', mas: ‘É ele, real e verdadeiramente, seu Senhor?' Se Ele não for seu Senhor, então, com a mais absoluta certeza, ele não é seu Salvador”.
“O fundamento de todo verdadeiro conhecimento de Deus deve ser uma clara apreensão mental de suas perfeições como reveladas nas Escrituras. Não se pode confiar, adorar ou servir a um Deus desconhecido”.
“O Deus deste século vinte não se assemelha mais ao Soberano Supremo das Escrituras Sagradas do que a bruxuleante e fosca chama de uma vela se assemelha à glória do sol do meio-dia.
O Deus de que se fala atualmente no púlpito comum, comentado na escola dominical em geral, mencionado na maior parte da literatura religiosa da atualidade e pregado em muitas das conferências bíblicas, assim chamadas, é uma ficção engendrada pelo homem, uma invenção do sentimentalismo piegas.
Os idólatras do lado de fora da cristandade fazem "deuses" de madeira e de pedra, enquanto que os milhões de idólatras que existem dentro da cristandade fabricam um Deus extraído de suas mentes carnais. Na realidade, não passam de ateus, pois não existe alternativa possível senão a de um Deus absolutamente supremo, ou nenhum deus. Um Deus cuja vontade é impedida, cujos desígnios são frustrados, cujo propósito é derrotado, nada tem que se lhe permita chamar Deidade, e, longe de ser digno objeto de culto, só merece desprezo”.
Livros publicados em português
Deus é Soberano
Atributos de Deus
Enriquecendo-se com a Bíblia
Outro Evangelho
Arthur Walkington Pink (1886-1952) nasceu na Grã-Bretanha e imigrou para os Estados Unidos para estudar no Instituto Bíblico Moody. Pastoreou igrejas no Colorado, na Califórnia, no Kentucky, e na Carolina do Sul, antes de se tornar um professor itinerante da Bíblia em 1919. Ele retornou à sua terra natal em 1934, estabelecendo residência na Ilha de Lewis, na Escócia, em 1940, permanecendo lá até sua morte em 1952.
Muitos de seus trabalhos originalmente apareceram como artigos em "Estudos nas Escrituras" (Studies in Scriptures), uma revista mensal que lidava estritamente com a exposição bíblica. A revista nunca teve mais que 1.000 assinantes, mas Pink descobriu que a maioria deles eram ministros, com seus próprios rebanhos, e que passavam o que haviam aprendido da exposição de Pink em seu pastorado, dando-lhe um grande efeito de cascata. Ele apreciou este pensamento.
Superficialmente o ministério de Pink e seus escritos não pareceram ser de muito efeito, pois, Pink foi virtualmente desconhecido e certamente desconsiderado em seus dias, contudo agora que já faleceu, é muito mais amplamente conhecido e lido que quando estava entre nós.
O estudo independente da Bíblia o convenceu que muito do moderno evangelismo era defeituoso e incorreto. Quando os livros puritanos e reformados foram geralmente escarnecidos como um todo pela Igreja, ele desenvolveu a maioria de seus princípios com um zelo incansável. O progressivo declínio espiritual de sua própria nação (a Grã-Bretanha) foi, para ele, uma conseqüência inevitável do predomínio de um "evangelho" que não podia nem ferir (com a convicção do pecado) nem curar (através da regeneração).
Profundo conhecedor de toda a extensão da revelação, o Pr. Pink raramente se desviou dos grandes temas das Escrituras: a graça, a justificação, e a santificação. Nossa geração tem para com ele um grande débito pela duradoura luz que irradiou, pela graça de Deus, sobre a Verdade da Bíblia Sagrada.
Biografia
Nascido em 1° de Abril de 1886, em Nottingham (Inglaterra), Arthur Walkington Pink abandonou o teosofismo de Annie Besant em 1908, quando experimentou a conversão ao evangelho. Em 1910 aceitou o chamado para trabalhar como pregador num campo de minas em Silverton (Colorado, USA).
Chegou a pregar mais de 300 vezes ao ano. Mais tarde viajou para Austrália, onde suas pregações foram muito bem recebidas. [1] Ali pastoreou uma igreja Batista até que em 1928 regressou à sua terra natal, onde, devido à perseguição que sofreu por causa da sua fidelidade às Escrituras, se viu obrigado a se dedicar à escrita e ao aconselhamento de crentes por correspondência, sendo que em 1946 já havia escrito 20.000 cartas à mão. [2]
Leitor incansável que era, em 1932 já havia lido toda a Bíblia mais de 50 vezes e milhares de livros teológicos, especialmente de autores reformados e puritanos.
Pink é o que todo bom leitor de teologia procura: erudição misturada com piedade. Os seus comentários são inspiradores, não somente demonstrando a reverência do autor para com Deus e a Escritura, mas também incitando o leitor ao mesmo. A sua maneira cativante de descrever as verdades divinas, a sua capacidade extraordinária de expor as mais difíceis passagens, e o seu rico e belo linguajar dificilmente encontram paralelo em toda a história do Cristianismo.
Apesar de Charles H. Spurgeon ser muito mais conhecido e lido do que Pink — principalmente aqui no Brasil —, é impossível que um apreciador de Spurgeon não fique encantado com Pink: não somente a teologia deles é a mesma (batistas calvinitas!), mas o próprio estilo é muito parecido. Além do mais, os livros de Pink são recheados com diversas citações do grande Príncipe dos Pregadores.
Um outro fator impressionante em Pink é a sua humildade e o seu compromisso inegociável com a verdade. Assim como Agostinho, ele veio a rejeitar várias das suas doutrinas e crenças anteriores, após um estudo mais cuidadoso do tema à luz das Escrituras. Entre as crenças abandonadas por Pink podemos citar o pré-milenismo e o dispensacionalismo, para não citar a sua mudança de uma Igreja Congregacional para uma Batista.
Numa carta ele chega a dizer que não recomendaria o seu livro “The Antichrist” [O Anticristo] para ninguém; além disso, ele escreveu mais tarde um livro combatendo o dispensacionalismo (A Study of Dispensationalism), o qual, como já dito, foi anteriormente defendido por ele. [3] Com certeza não teríamos tantas heresias em nosso meio se os pastores, líderes e membros em geral das igrejas tivessem a humildade de Pink para reconhecerem os seus erros.
Falecido em 15 de Julho de 1952, Pink ainda nos fala hoje, tanto através do seu caráter e postura, como ainda mais através dos seus preciosos escritos. É a nossa sincera oração que os seus escritos sejam traduzidos e amplamente divulgados no Brasil, para a glória de Deus e o crescimento espiritual do seu povo.
Notas
[1] - Na verdade Pink teve dois tipos de recepção na Austrália, uma hostil e outra amigável (ver capítulo 06 de “The Life of Arthur W. Pink” [versão revisada e ampliada], de Iain Murray).
[2] - Aqui vemos o mistério da providência, onde o isolamento relativo de Pink lhe deu a oportunidade de escrever incansavelmente, deixando-nos um acervo inestimável de livros. Um bom exemplo é o seu comentário sobre Hebreus, um dos melhores disponíveis sobre o livro, que possui 127 capítulos, perfazendo mais de 1.000 páginas de cuidadosa exegese e exposição bíblica.
[3] - Contudo, segundo Iain Murray, em “The Life of Arthur W. Pink” (versão revisada e ampliada), página 297, Pink nunca se desvencilhou completamente do dispensacionalismo, de forma que esse sistema influenciou seu pensamento sobre a igreja, considerando assim as igrejas cristãs em geral como estando em estado de apostasia, de tal modo que nunca procurou levar uma vida de membresia regular.
Algumas frases de A. W. Pink
“A tendência da moderna teologia — se se pode chamá-la de teologia — é sempre rumo à deificação da criatura ao invés da glorificação do Criador”.
“Não perguntamos: ‘Cristo é seu Salvador', mas: ‘É ele, real e verdadeiramente, seu Senhor?' Se Ele não for seu Senhor, então, com a mais absoluta certeza, ele não é seu Salvador”.
“O fundamento de todo verdadeiro conhecimento de Deus deve ser uma clara apreensão mental de suas perfeições como reveladas nas Escrituras. Não se pode confiar, adorar ou servir a um Deus desconhecido”.
“O Deus deste século vinte não se assemelha mais ao Soberano Supremo das Escrituras Sagradas do que a bruxuleante e fosca chama de uma vela se assemelha à glória do sol do meio-dia.
O Deus de que se fala atualmente no púlpito comum, comentado na escola dominical em geral, mencionado na maior parte da literatura religiosa da atualidade e pregado em muitas das conferências bíblicas, assim chamadas, é uma ficção engendrada pelo homem, uma invenção do sentimentalismo piegas.
Os idólatras do lado de fora da cristandade fazem "deuses" de madeira e de pedra, enquanto que os milhões de idólatras que existem dentro da cristandade fabricam um Deus extraído de suas mentes carnais. Na realidade, não passam de ateus, pois não existe alternativa possível senão a de um Deus absolutamente supremo, ou nenhum deus. Um Deus cuja vontade é impedida, cujos desígnios são frustrados, cujo propósito é derrotado, nada tem que se lhe permita chamar Deidade, e, longe de ser digno objeto de culto, só merece desprezo”.
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Deus é Soberano
Atributos de Deus
Enriquecendo-se com a Bíblia
Outro Evangelho
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